sexta-feira, 26 de abril de 2013

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Escola de Samba Cidade Jardim, em favela do Luxemburgo, vira ponto de baladas para a classe média.


Gustavo Andrade/Odin



Jovens bem nascidos de Belo Horizonte vão à quadra para festas que reúnem até 800 pessoas. Desde o fim do ano passado, jovens de classe média, a exemplo do que acontece com alguma frequência na capital fluminense, estão subindo o morro para dançar na favela. A quadra da Escola de Samba Cidade Jardim, a um quarteirão do Hospital Luxemburgo, ferve quase todos os fins de semana. Ela é frequentada pelo mesmo público de baladas como Chalezinho, no Buritis; naSala, no Santa Lúcia; Major Lock, no São Pedro; e Jack Rock Bar, na Savassi.

No último dia 5, as amigas Bárbara Ribeiro e Sophia Vilela, estudantes de 21 anos da PUC Minas, foram à quadra pela segunda vez. Elas haviam curtido em fevereiro a primeira edição da festa Old is Cool, que traz bandas e DJs de rock, e decidiram repetir a dose. “Aqui dá muito homem bonito”, afirma Sophia. Na mesma noite, o casal de namorados Luísa Helena Lobato e Guilherme Prates, alunos de direito da Milton Campos, foi conferir a balada. A elevada densidade de guardadores de carro não assustou os jovens. “Nós nos sentimos mais seguros aqui do que estacionando em Lourdes”, comparou Guilherme. 

Para o produtor cultural Pedro Moreira, que organizou duas festas no local neste ano e já planeja uma terceira para maio, uma das atrações é justamente a geografia. “É bem diferente de uma boate”, diz. “Por ser um galpão semiaberto, não fica abafado nem tem som muito alto. Dá para conversar.” E a vista da cidade ajuda muito. “Se não estiver chovendo, podem-se ver as estrelas. Para quem estica até de madrugada, o nascer do sol é espetacular”, garante Moreira.

A direção da escola de samba comemora o sucesso das baladas, que empregam moradores do Conjunto Santa Maria e ajudam a patrocinar oficinas de capoeira, circo e percussão para crianças e adultos. Nos sábados à tarde ocorre o Samba da Quadra, um dos eventos mais populares do local, com agenda fechada até junho. O presidente da escola, Alexandre “Lee” Costa, tem planos ambiciosos, como a compra de novos equipamentos de iluminação e a ampliação dos banheiros. “Temos de pensar na Copa do Mundo”, explica ele. Cada festa rende cerca de 5 000 reais para a escola. Quem também aproveita é Cilene Moroni, dona do trailer de lanches Brucutu, inaugurado no Carnaval. “Em um dia normal, vendo quarenta sanduíches. Quando tem programação, mais de 200.”



Próximo agito
■ Samba da Quadra. 18 de maio,  16h, ☎ 2514-1531. R$ 30,00. 

■ Quadra da Escola de Samba Cidade Jardim. Rua do Mercado, s/nº, Conjunto Santa Maria, ☎ 8478-6645.


Reproducao da materia VEJA BH publica em 24.04.2013

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